Conheça seus filhos!

 


Você que é pai ou mãe conhece bem os seus filhos? Provavelmente você sabe o que gostam de comer ou beber, seus brinquedos e histórias favoritas, mas será que você consegue reconhecer o temperamento dele(a)? Reconhecer seus defeitos e suas qualidades ou sabe a importância de conhecer tudo isso? 
 
Antes de refletirmos um pouco sobre isto vamos primeiro conhecer um pouco sobre o que são os 4 temperamentos e o que diz esta teoria. 
 

Os 4 temperamentos 
 

O temperamento é o conjunto de inclinações íntimas que brotam da constituição fisiológica de um homem. É a característica dinâmica de cada indivíduo, que resulta do predomínio fisiológico de um sistema orgânico (sistema nervoso, sistema sanguíneo) ou de um humor (bílis, linfa). 

Como se vê por essas noções, o temperamento é algo inato no indivíduo. É a índole natural, ou seja, algo que a natureza nos impõe. Por isso mesmo, ele nunca desaparece inteiramente: “gênio e figura permanecem até a sepultura”. Mas uma educação oportuna e, sobretudo, a força sobrenatural da graça podem, se não o transformar totalmente, ao menos reduzir ao mínimo suas estridências, e ainda suprir de todo suas manifestações exteriores. É testemunha disso — entre outros mil — São Francisco de Sales, que passou para a posteridade com o nome de “Santo da doçura”, apesar de seu temperamento fortemente colérico. 


Temperamento sanguíneo. — Características essenciais com relação à excitabilidade: O sanguíneo se excita fácil e fortemente por qualquer impressão. A reação pode ser também imediata e forte, mas a impressão ou duração pode ser curta. A lembrança de coisas passadas não provoca tão facilmente novas emoções. 

Boas qualidades. — O sanguíneo é afável e alegre, simpático e prestativo, dócil e submisso para com seus superiores, sincero e espontâneo (às vezes até à inconveniência). É verdade que, ante a injúria, raciocina às vezes com violência e prorrompe em expressões ofensivas; mas esquece rapidamente tudo, sem guardar rancor de ninguém. Desconhece a teimosia e a obstinação. Sacrifica-se com desinteresse. Seu entusiasmo é contagioso e arrebatador. Seu bom coração cativo e apaixona, exercendo uma espécie de sedução em torno de si. 

Más qualidades. — Ao lado dessas boas qualidades, o temperamento sanguíneo apresenta sérios inconvenientes. Seus principais defeitos são a superficialidade, a inconstância e a sensualidade.  


Temperamento melancólico. — Características essenciais com relação à excitabilidade: a do melancólico é débil e difícil ao princípio, mas forte e profunda por repetidas impressões. Sua reação apresenta estes mesmos caracteres. Quanto à duração, pode ser larga. O melancólico não esquece facilmente. 

Boas qualidades. — Os melancólicos têm uma sensibilidade menos viva do que a dos sanguíneos, mas mais profunda. São naturalmente inclinados à reflexão, à solidão, ao silêncio, à piedade e vida interior. Compadecem-se facilmente das misérias do próximo, são benfeitores da humanidade, sabem levar a abnegação até o heroísmo, sobretudo ao lado dos enfermos. 

Más qualidades. — O lado desfavorável deste temperamento é a tendência exageradamente inclinada à tristeza e à melancolia. Quando recebem alguma forte impressão, ela penetra-lhes profundamente a alma e lhes produz uma ferida sangrante. Não possuem o coração na mão como o sanguíneo, mas, sim, muito no fundo, e aí saboreiam a sós sua amargura. Sentem-se inclinados ao pessimismo, ao ver sempre o lado difícil das coisas, ao exagerar as dificuldades. Isto os torna retraídos e tímidos, propensos à desconfiança em suas próprias forças, ao desalento, à indecisão, aos escrúpulos e a certa espécie de misantropia. 
 

Temperamento colérico. — Características essenciais com relação à excitabilidade: o colérico se excita pronta e violentamente. Raciocina num instante. Mas a impressão lhe fica na alma por muito tempo. 

Boas qualidades. — Atividade, entendimento agudo, vontade forte, concentração, constância, magnanimidade, liberalidade. Eis aí as excelentes prendas deste temperamento riquíssimo. 

Os coléricos (ou belicosos) são apaixonados e voluntariosos. Práticos, desembaraçados, são mais inclinados a obrar do que a pensar. 

Más qualidades. — A tenacidade do seu caráter os faz propensos à dureza, obstinação, insensibilidade, ira e orgulho. Se lhes opomos resistência ou os contradizemos, tornam-se violentos e cruéis, a menos que a virtude cristã modere as suas inclinações. Vencidos, guardam o ódio no coração até que soe a hora da vingança. Geralmente são ambiciosos e tendem ao mando e à glória. São mais pacientes do que o sanguíneo, mas não conhecem tanto a delicadeza de sentimento, compreendem menos a dor das outras pessoas, têm em suas relações um trato menos fino.   


Temperamento fleumático. — Características essenciais com relação à excitabilidade: o fleumático não se excita nunca, ou o faz tão só debilmente. A reação é também débil, quando não chega a faltar por completo. As impressões recebidas desaparecem logo e não deixam vestígios em sua alma. 

Boas qualidades. — O fleumático trabalha devagar, mas assiduamente, contanto que não se exija dele um esforço intelectual demasiadamente grande. Não se irrita facilmente por insultos, fracassos ou enfermidades. Permanece tranquilo, sossegado, discreto e criterioso. É sóbrio e tem um bom sentido prático da vida. Não conhece as paixões vivas do sanguíneo, nem as profundas do nervoso, nem as ardentes do colérico. Dir-se-ia que carece por completo de paixões. Sua linguagem é clara, ordenada, justa, positiva; mais do que brilho, tem energia e atrativo. 

Más qualidades. — Sua calma e lentidão lhe fazem perder boas ocasiões, porque tarda muitíssimo em pôr-se em ação. Não se interessa nada pelo que se passa fora de si. Vive para si mesmo, em uma espécie de concentração egoísta. Não vale para o mando e o governo. Não é afeiçoado a penitências e mortificações; se é religioso, não abusará dos cilícios. É deles que Santa Teresa descreve com tanta graça: “As penitências que fazem estas almas são coerentes com sua própria vida. Não tenhais medo de que se matem, porque sua razão está muito em si” (Santa Teresa, terceiras moradas, 2, 7). Em casos mais agudos, convertem-se em homens átonos, mortiços e vagos, completamente insensíveis às vozes de ordem que poderiam tirá-los da sua inércia. 


Se quisermos estabelecer, em sintética visão de conjunto, as características do temperamento ideal, tomaríamos algo de cada um dos que acabamos de descrever. Ao sanguíneo pediríamos sua simpatia, seu grande coração e sua vivacidade; ao melancólico, a profundidade e a delicadeza de sentimentos; ao colérico, sua atividade inesgotável e sua tenacidade; ao fleumático, o domínio de si mesmo, a prudência e a perseverança. 

Até aqui falamos brevemente sobre os temperamentos, mas existem livros que se aprofundam mais neste tema para que possam se aprofundar mais e também no site do Padre Paulo Ricardo, de onde retirei alguns trechos sobre este assunto, ele se aprofunda um pouco mais.  
 

 

Conhecendo nossos filhos 

Reconhecendo os temperamentos vemos que neles temos qualidades e defeitos, mas o que fazemos com isso? Quando nos autoconhecemos e conhecemos o outro podemos nos ajudar e ajudar aqueles que estão perto de nós, em nossa natureza humana trazemos vícios que são totalmente opostos as virtudes e quanto mais velhos ficamos maiores são nossos vícios e se torna mais difícil viver as virtudes.  

Os pais são essenciais para auxiliar as crianças e ajudá-las a trabalhar em si suas virtudes e controlar seus vícios e também encontrar na graça de Deus auxílio. Por isso a importância de conhecer bem nossos pequenos, se eu não reconheço os defeitos dos pequenos e não compreendo que esses defeitos precisam ser trabalhados não estamos agindo com amor e prejudicando erroneamente a vida daquela criança que um dia será um adulto. Por exemplo, uma criança que mesmo sem perceber tem o hábito de manipular situações ou até mesmo mentir para conseguir o que quer como um brinquedo, ou simplesmente fugir de suas tarefas hoje não causa um mal grande pois ainda é pequena, mas imagine que esta criança irá se tornar um adulto e esse adulto se torna manipulador e mentiroso pois já tem esse hábito, imagine que esse adulto consiga facilmente até mesmo manipular os pais, pois por não conhecer verdadeiramente o filho mal sabem quando estão mentindo ou fazendo algo só para agradá-lo, o que este adulto pode causar ao mundo a sua volta? Podemos imaginar diversas situações certo? Acredito até que neste momento você já tenha imaginado algum adulto que conhece que é exatamente assim. Situações como essas que acabamos de refletir e até mesmo outras podem ser evitadas. Quando trabalhamos as virtudes, como por exemplo, coragem, integridade, determinação, disciplina, honestidade, respeito, justiça, lealdade, tolerância, paciência, otimismo, bondade, perdão, alegria, gratidão, humildade, empatia, compaixão, amizade entre outras, trabalhando as qualidades dessa criança ela consecutivamente se tornará um adulto melhor. Aquele que não sabe controlar suas más inclinações sofre muito mais do que aquele que as controla. 
É importante observar muito bem as crianças no dia a dia, nas brincadeiras com os amigos, nas tarefas, prestar a atenção naquilo que elas dizem e como dizem são nesses detalhes que estão os sinais de seus vícios e de suas qualidades. Um alerta importante também é analisar o que assistem que na maioria das vezes influenciam muito as crianças. 
 

Entende a importância de conhecê-los e educá-los nas virtudes, as virtudes com a graça de Deus nos salvam e salvam aqueles que estão a nossa volta por isso desde nossa infância elas devem ser trabalhadas com muito amor, pois educar sempre será um ato de amor! 
 
Referência: 
Os quatro temperamentos e nossa vida interior - https://padrepauloricardo.org/blog/os-quatro-temperamentos-e-nossa-vida-interior 
 

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